Dr. Marcelo Nomura
A placenta é denominada prévia quando se relaciona anatomicamente com o orifício interno (OI) do colo uterino e, portanto, está inserida a frente (previamente) da apresentação fetal. Pode ser classificada em:
A PP centro-total pode ser:
Sintomas
O principal sintoma é o sangramento vaginal principalmente nos três primeiros meses de gestação. Quando o diagnóstico é feito neste período, o risco da placenta manter-se baixa ou prévia após 28 semanas é muito baixo, graças ao fenômeno de migração placentária (a placenta vai deslocando-se para cima conforme a gestação avança). Se a placenta for prévia no momento do parto, há maior risco de sangramento, transfusão sanguínea e histerectomia.
Ocorrência
Ocorre em 3 a 5 a cada mil gestações e ter uma cesárea prévia aumenta esse risco em até 5 vezes.
Mulheres que tem uma ou mais cesáreas e placenta prévia, particularmente na forma total e anterior (próximo da região em que foi feita a abertura do útero na cesárea), tem risco aumentado de acretismo. Nesta situação, a placenta adere-se anormalmente no útero, e não se descola normalmente. Há um grande risco de hemorragias graves e é preciso estar preparado para esse tipo de complicação no parto. Recomenda-se a pesquisa de acretismo em todas as mulheres com PP total e cesárea anterior através de ultrassonografia inicialmente e se necessário com complementação por ressonância magnética, uma vez que o diagnóstico durante o pré-natal permite a programação do parto com medidas de prevenção de hemorragia, equipe cirúrgica adequada e experiente em hospitais com recursos avançados.
De maneira geral, recomenda-se repouso para todas as mulheres com PP total ou parcial persistente no terceiro trimestre, sendo às vezes necessária internação hospitalar por períodos prolongados. Na maioria das vezes, é possível fazer o parto no termo com baixa incidência de complicações maternas e fetais graves.
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