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Tipos de Circlagens
Técnicas diversas

 

Tenho recebido mensagens de centenas de mulheres me perguntando como é feita a circlagem, qual a circlagem indicada para o seu caso, se é necessário fazer repouso após a realização dela, enfim.
Mediante estes questionamentos, segue abaixo as circlagens mais conhecidas.

Vale ressaltar que a mais utilizada nos dias de hoje é a circlagem à McDonald (sutura simples). A maioria dos médicos sabem realizar somente este tipo de circlagem, o que faz com que a paciente tenha que repousar até o final da gestação.

Shirodkar: foi criada em 1953 e é realizada via vaginal e envolve uma única sutura ao redor da cérvix no nível do orifício interno, depois de fazer uma incisão na mucosa vaginal acima da cérvix e rebatendo a bexiga, e uma incisão semelhante na parte debaixo da cérvix, rebatendo o reto. A sutura é então atada, e as incisões da mucosa fechadas.

McDonald: criada em 1957, McDonald publicou sua modificação em circlagem transvaginal, o qual envolvia uma sutura em bolsa de tabaco ao redor da cérvix com material absorvível. A sutura é colocada o mais alto possível, sem dissecção da bexiga ou do reto. Se necessário,uma segunda ou até mesmo uma terceira sutura podem ser realizadas.

Como é realizada: a circlagem McDonald, tenta facilitar, sobretudo, a retirada do fio para permitir o parto. Inicia-se de modo semelhante a cirurgia de Shirodkar, com pinçamento dos lábios anterior e posterior, do colo, na reflexão do colo na parede vaginal anterior, introduz-se ponto de seda 2 ou Marsilene® 3 (este fio é que estará na altura do istmo).

A circlagem McDonald é considerada superior a de Shirodkar por ser mias simples de realizar, ter índices reduzidos de infecção, de distócia cervical de parto cesáreo. É a cirurgia mais usada nos dias de hoje.

Aquino Salles: em 1959 Aquino Salles que a IIC deveria ser tratada com três pontos (dois laterais e um medial),em forma de “U” de fio inabsorvível (seda 2), transfixando o colo longitudinalmente, sendo os nós aplicados em sua porção anterior.

Espinosa Flores: outra técnica bastante usada foi criada em 1966 por Espinosa Flores. A circlagem é realizada usando ancoragem no ligamento de Mackenrodt, no lábio posterior do colo, no ligamento de Mackenrodt contralateral e no lábio anterior do colo, onde é fixado o nó. A sustentação é dada por fita cardíaca 3,0cm.

Circlagem Transabdominal: Foi feita pela primeira vez em 1965 por Benson e Durfree. Nenhuma evidência é superior a circlagem via abdominal em relação a via vaginal (McDonald e Shirodkar). A transabdominal é indicada para as pacientes que além da IIC, houve falhas nas circlagens transvaginais anteriores, ou nas que a circlagem via vaginal é impossível de ser realizada, tais como (cérvix encurtada adquirida, acentuadas lacerações ou defeito da cérvix (trauma ou circlagens prévias), fístula cérvico vaginal e/ou cervicite subaguda.

Lash: é realizada fora da gestação. Consiste na sutura com pontos separados da musculatura ístmica, após extensa dissecção da bexiga ao nível da mucosa vaginal (Lash & Lash). A grande crítica que se faz a esta técnica se refere ao risco de infertilidade associado a sutura do istmo, podendo levar a estenose e obliteração do canal istmocervical, e por este motivo não há muito uso. Ela pode ser realizada via abdominal ou via transvaginal. A maioria dos médicos fazem via abdominal porque via vaginal dá um pouco mais de trabalho.

Circlagem de emergência: Aarts e Associados (1995), recentemente fizeram uma revisão da circlagem tardia no segundo trimestre, comumente conhecida como “circlagem de emergência”. Esses autores concluíram que a circlagem de emergência pode ser benéfica para algumas mulheres, mas que a incidência de complicações, principalmente infecção, é alta.

Em todas as técnicas de circlagens a paciente deve aguardar repouso no leito por 24 horas. Há restrição em relação a atividade física, até o termo da gravidez. Desaconselha-se o coito ou qualquer manipulação na vagina pelo restante da gestação (esta não é uma regra).

As pacientes devem estar cientes do risco do parto prematuro e ser instruídas a relatar qualquer sintoma de pressão na pelve ou nas costas, corrimento vaginal, dor pélvica ou nas costas. Esses cuidados devem ser observados até o termo da gestação ou, pelo menos até 34 semanas de gestação.

Quando ocorrer o aborto ou parto iminente, há necessidade de rápida retirada das suturas, pois caso elas permaneçam in situ, há riscos de graves lacerações do colo ou mesmo ruptura uterina.

 

Revista da Faculdade de Medicina de Sorocaba

 

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